De janeiro a novembro, nasceram 2348 crianças no Hospital Regional Alto Vale (HRAV), em Rio do Sul. Deste total, 273 nasceram prematuros. E é quando muitas vezes a chegada ao mundo se torna uma luta pela vida que o atendimento especializado faz toda a diferença. Por isso, o serviço de neonatologia do HRAV atende os recém-nascidos aplicando as diretrizes baseadas nas evidências científicas e com o objetivo maior de minimizar o impacto da prematuridade na saúde e no futuro dos bebês.
Todo esse trabalho ganha destaque no Novembro Roxo, movimento internacional de conscientização sobre a prematuridade. O foco é destacar a importância da prevenção, assistência e direitos das crianças prematuras e de suas famílias. O marco principal do calendário é 17 de novembro, Dia Mundial da Prematuridade.
A gestação humana dura, em média, 40 semanas, mas é considerada “a termo”, ou seja, dentro do tempo adequado, se terminar entre 37 e 42 semanas. Se nascer antes desse prazo, a criança está na condição de Recém-Nascido Pré-Termo.
A cada mês, nascem cerca de 240 crianças no HRAV. A taxa de prematuridade no hospital está em 11,6% (abaixo da média de 12%, que é a taxa de prematuridade no Brasil mais recente, de 2023. A média global é de 10%).
O HRAV possui diferentes setores e equipes focados no atendimento à gestação, ao parto e às crianças, como Obstetrícia, Pediatria, Maternidade, GAAM (Grupo de Apoio ao Aleitamento Materno) e Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal (UCIN). Porém, a condição especial de prematuro demanda serviços e acolhimento especializados, tanto aos recém-nascidos como às famílias.
“As mães dos bebês permanecem internadas durante todo o tempo no Aconchego Materno, podendo acompanhar seu filho em todos os momentos de sua internação na UTI, reforçando o vínculo mãe-filho; as mães e pais têm acesso à UTI 24 horas”, explica a médica pediatra e chefe da UTI Neo e Neonatologista, Drª Marlou Dalri.
Na UCIN e UCIN canguru são atendidos os recém-nascidos prematuros com menor gravidade e os egressos da UTI até a alta, acompanhados pela mesma equipe multiprofissional. O grupo é formado por médicos pediatras e neonatologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicóloga, assistente social, farmacêutica e nutricionista.
Novas técnicas garantem respiração adequada e nutrição eficiente
Em 2024, foi implantado o uso do Bubble CPAP no centro obstétrico, uma modalidade de ventilação não invasiva para os recém-nascidos prematuros e/ou com desconforto respiratório. De acordo com a médica, esta é considerada hoje a melhor técnica de assistência para esses bebês com imaturidade pulmonar porque melhora a capacidade respiratória, o funcionamento dos pulmões e dos alvéolos, diminui a intubação e o uso de surfactante (substância que regula a tensão e evita o colapso dos alvéolos) e suas complicações.
“Iniciamos o uso da Nutrição Parenteral Numetta, desde a primeira hora de vida, garantindo que esse bebê prematuro continue recebendo um aporte proteico similar ao intrauterino, garantindo sua nutrição”, detalha Drª Marlou.
Atendimento alinhado a serviços internacionais de referência
Há um ano, a UTI do HRAV foi filiada à Rede Vermont Oxford, uma entidade mundial que avalia os cuidados de UTIs neonatal em todo o mundo. Isso qualificou o atendimento com a proposta de adaptações e melhorias para se equiparar aos melhores serviços de neonatologia.
O Hospital Regional também está filiado à Rede Brasileira de Cuidados Neonatais com a mesma finalidade, de se igualar às UTIs brasileiras que são referência no país. “Recebemos a nossa primeira avaliação e os indicadores foram bons na maioria dos quesitos. Nossa incidência de broncodisplasia, retinopatia e enterocolite está abaixo da média geral. A infecção tardia e a mortalidade em nossos indicadores estão acima da média geral e continuam sendo o nosso grande desafio”, explica Drª Marlou.
Dados do Serviço de Neonatologia do Hospital Regional Alto Vale
Nascimentos vivos em novembro de 2025: 2348
Recém-Nascido Pré-Termo em novembro de 2025: 215
Média mensal de nascimentos: 240/mês
Taxa de prematuridade no HRAV: 11,6%*
*A taxa de prematuridade no Brasil em 2024 ainda não está consolidada, mas dados de 2023 apontavam para aproximadamente 12% dos nascimentos, totalizando cerca de 300 mil bebês.
Taxa mortalidade infantil no HRAV: 8,09%**
**Taxa mortalidade no Brasil em 2023: 12,5 óbitos por mil nascidos vivos


